Pesquisadores pretendem cultivar órgãos
humanos em organismos de animais, que, posteriormente, podem ser
implantados aos necessitados.
A votação deste projeto
está marcada para julho. Se os ministros apoiarem a iniciativa, será
preciso introduzir emendas na lei que vigora no Japão a partir de 2001. O
documento proíbe completamente a clonagem humana, prevendo pela sua
violação até dez anos de prisão.
Experimentalmente, cientistas japoneses
já cultivavam órgãos humanos em animais, mas não foi prevista sua
implantação em pessoas, diz Serguei Kiselev, genético e professor da
Academia de Ciências da Rússia:
“Por enquanto seria
prematuro falar sobre os perigos que nos possam esperar, porque as
experiências de transplantação desses órgãos mesmo a outros animais que
podem modelar o organismo humano não foram feitas. Mas eu considero que
esta tecnologia seja muito prometedora. É pouco provável que nos
próximos tempos possamos cultivar tais estruturas fora do organismo,
enquanto os animais especialmente preparados são capazes de criar tais
órgãos dentro de si.”
Na realidade tudo aparece assim:
células-tronco humanas são induzidas no embrião de um animal.
Posteriormente, este embrião é introduzido numa fêmea que faz nascer uma
cria com um órgão humano que pode ser transplantado. As semelhantes
experiências foram realizadas com êxito neste ano em porcos. Estas
experiências são tão contraditórias que mesmo as opiniões de defensores
de animais se dividiram. Por exemplo, a presidente do Centro de Proteção
dos Direitos de Animais “Vita”, Irina Novozhilova, censurou duramente
tais experiências. Ao mesmo tempo, a diretora do Fundo Internacional de
Proteção de Animais (IFAW), Maria Vorontsova, destacou que se trata de
verdadeira revolução na medicina:
“Quando se trata de
salvação de vidas humanas, a transplantação é necessária. É um fato que
muitas pessoas foram salvas anteriormente com a ajuda de válvulas
cultivadas em porcos e muitas delas vivem com elas. Por isso, este
processo é justificado, se ele faz-se com métodos humanos.”
Levando
em consideração os problemas éticos, ligados inevitavelmente a tais
experiências científicas, pesquisadores propõem limitar rigorosamente o
número de autorizações de cultivar órgãos humanos deste modo. Cada
pedido será analisado pormenorizadamente antes de tomar a respetiva
decisão. Entretanto, por enquanto é apenas uma teoria. Atualmente, tudo
depende da resolução do governo do Japão.
FONTE: http://portuguese.ruvr.ru/