Folha de SP
- O advogado Jonas Tadeu, que defende Caio da Silva Souza, disse que o
seu cliente e outros jovens recebem dinheiro para promover
"quebra-quebra" durante as manifestações. "Então, ele [Caio Souza] foi
aliciado a participar de manifestações e, para cada manifestação que ele
participava, com o intuito de 'vamos fazer um quebra-quebra', você
ganha R$ 150", afirmou o advogado em entrevista à Globo News.
Caio Souza foi
preso na madrugada de hoje na Bahia. Em entrevista também à Globo News,
ele admitiu ter acendido o rojão que matou o cinegrafista Santiago
Andrade, da TV Band. À polícia, porém, ele disse que só iria falar em
juízo.
Na entrevista, o
advogado enfatizou que o rapaz preso vive numa "situação miserável, não
no sentido de ser um monstro, um criminoso, mas no sentido de sua
situação financeira,
no sentido da
pobreza extrema em que ele vive." O advogado, porém, não disse quem
teria aliciado Caio ou outros jovens. Sugeriu, porém, que a
entrevistadora investigasse partidos políticos, deputados e vereadores
que teriam participação no aliciamento dos jovens para participar dos
protestos. Ainda segundo o advogado, os rojões, máscaras e o dinheiro
são entregues por quem alicia esses jovens.
Segundo o
advogado, Souza e o tatuador Fábio Raposo, que também está preso por
participação no caso, "tiveram a liberdade tomada por quem fomenta o
terrorismo social". Preso na madrugada, Souza já foi encaminhado para
uma penitenciária no Rio. Segundo a polícia, ele pretendia fugir para o
Ceará onde ficaria na casa do avô.
Tadeu afirmou
que desconhece o nome de quem é responsável por aliciar os jovens e que
seus clientes sabem apenas os apelidos deles.
Ele também negou que Souza e Raposo sejam adeptos à tática Black Bloc.
Ainda segundo o
advogado, Souza e Raposo não têm condições financeiras de pagar um
advogado, mas optou em ajudá-los porque já conhecia Raposo.
Souza admitiu,
em entrevista à Rede Globo, que acendeu o rojão que atingiu o
cinegrafista no protesto realizado na quinta-feira (6) no centro do Rio.
Ele afirmou, no entanto, que não tinha a intenção de atingir ninguém e
que pensou que o artefato era um "cabeção de nego" [um artefato que
funciona como uma bomba e que não é projetado com um rojão].