domingo, 3 de agosto de 2014

Satanistas fazem campanha pró-aborto

Grupo filosófico defende que Satanás é apenas “símbolo de rebeldia contra a religião”

Um grupo de satanistas conhecido como Satanic Temple voltou a aparecer na mídia americana esta semana. Alegando possuir 10 mil membros, eles já conseguiram o reconhecimento de sua existência como religião pelo Estado. Estranhamente, afirmam que fizeram isso para ter os mesmos benefícios legais que as igrejas, embora não se considerem uma religião.

Para seus fundadores, Satanás não existe, trata-se apenas de “um símbolo de rebeldia filosófica contra crenças religiosas”. Com sede em Nova York, eles já conseguiram autorização para construir uma estátua do diabo para ser colocada ao lado de uma obra com os dez mandamentos em Oklahoma. Também tiveram autorização para realizar uma “missa negra” com sacrifício de animais dentro da famosa universidade de Harvard, fundada por evangélicos em Boston.

Agora, eles conseguiram na justiça a contestação de uma decisão garantida pela Suprema Corte americana. 

Um grupo cristão conseguiu regulamentar que antes de se submeter a um aborto, toda mulher deveria assinar um “consentimento informado” diante do médico. Ela então recebe instruções detalhadas sobre a prática do aborto, seus possíveis riscos e complicações. Tal ação estaria desmotivando muitas delas a prosseguir.

A vitória nos tribunais foi conseguida pelo grupo capitaneado pela empresa Hobby Lobby, de Steve Green, um bilionário que tem usado sua fortuna para que a sociedade resgate os valores bíblicos. Ele deseja ver cursos bíblicos como matéria eletiva nas escolas públicas a partir de 2017. Green disse que não quer “impor o cristianismo”, mas acredita que o futuro do seu país está em risco devido à falta de conhecimento da Palavra de Deus.

Nos últimos meses ele travou uma batalha judicial contra o governo americano que queria obrigar empresas a incluir pílulas abortivas e até mesmo abortos como parte dos seguros que são obrigados a fornecer aos seus funcionários.

O Satanic Temple deseja que cada cidadão possa ter a liberdade de fazer o que bem entender com seu corpo, sem ter de justificar seus atos a ninguém. Isso inclui tratar o aborto como um método contraceptivo e uma “questão de saúde”, sem implicações morais.

Os satanistas defendem que as mulheres poderão contra argumentar juridicamente apresentando uma carta onde afirmam que são membros do grupo e suas “crenças religiosas” estão sendo violadas com a decisão da Suprema Corte. Em outras palavras, toda mulher que desejar fazer um aborto pode alegar ser satanista (mesmo sem realmente ser) para não se submeter as leis.

Robert Destro, professor de Direito na Universidade Católica da América, disse que os satanistas estão usando erroneamente as leis de Liberdade Religiosa dos EUA. Esta é uma questão complicada, com vários desdobramentos legais no futuro.

Jex Blackmore, que se apresenta como porta-voz do Satanic Temple, disse que esse é apenas mais um passo para alcançar seu objetivo final que é eliminar toda lei que tenha como base um preceito religioso.

Com informações Religion News , Vice  e Gospel Prime 
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