O ciberativista australiano denunciou o fato
de o soldado americano, em julgamento desde segunda-feira na base
militar de Fort Meade, Maryland, ter sido acusado pelo "crime de dizer a
verdade".
Londres - O fundador do WikiLeaks, o australiano Julian
Assange, que está refugiado na embaixada do Equador em Londres,
condenou nesta terça-feira (4/6) o "julgamento-espetáculo" de Bradley
Manning, o soldado americano acusado de ter vazado 700 mil documentos
confidenciais dos Estados Unidos ao site."O julgamento em corte
marcial do preso político mais importante da história moderna dos
Estados Unidos finalmente começou", declarou Julian Assange em um
comunicado publicado no site WikiLeaks. O ciberativista australiano
denunciou o fato de o soldado americano, em julgamento desde
segunda-feira na base militar de Fort Meade, Maryland, ter sido acusado
pelo "crime de dizer a verdade".
"Isto não é justiça. Não pode
ser, de maneira alguma, justiça. O veredicto foi lançado há muito
tempo", acrescentou. "É justo descrever o que acontece com Bradley
Manning como um 'julgamento-espetáculo", escreveu.
"Este é um exercício de relações públicas destinado a fornecer ao
governo (dos Estados Unidos) um álibi para a posteridade. Este é um show
de vingança inútil, um alerta teatral às pessoas com consciência",
ressaltou. "Quando o ato de se comunicar com a imprensa voltar a ser
'ajuda ao inimigo', será a informação das pessoas que se tornará
criminosa", considerou.
Se o governo americano provar que os milhares de documentos secretos
divulgados por Bradley Manning chegou às mãos da Al-Qaeda, ele poderá
ser condenado a prisão perpétua. Manning se declarou culpado de dez
acusações das 22 que pesam contra ele, mas disse não ter culpa das mais
pesadas, como a de "conluio com o inimigo" e de "publicação de
documentos da inteligência militar sabendo que eles estariam acessíveis
ao inimigo". A acusação refere-se ao vazamento de 700 mil documentos
secretos, um dos maiores na história dos Estados Unidos.
Julian Assange, de 41 anos, buscou asilo político em 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador para escapar da extradição para a Suécia, onde deveria responder por um caso de estupro. Assange teme ser levado para os Estados Unidos, onde poderá ser sentenciado à morte ou à prisão perpétua por divulgar documentos confidenciais no WikiLeaks.
Julian Assange, de 41 anos, buscou asilo político em 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador para escapar da extradição para a Suécia, onde deveria responder por um caso de estupro. Assange teme ser levado para os Estados Unidos, onde poderá ser sentenciado à morte ou à prisão perpétua por divulgar documentos confidenciais no WikiLeaks.