segunda-feira, 3 de junho de 2013

Síndrome faz britânico achar que é zumbi durante nove anos

Os zumbis estão mais populares do que nunca no cinema e em seriados de TV. Mas, para um pequeno número de pessoas, ser um "morto-vivo" não é algo limitado à ficção. Vítimas de uma síndrome raríssima, elas acreditam que estão mortas e, por isso, não precisam se alimentar.


 

O caso de um britânico com essa condição rara foi descrito no periódico NewScientist e virou tema de uma reportagem no jornal Daily Mail. Graham Harrison, 57 anos, ex-encanador da cidade de Exeter, no Reino Unido, acordou após uma tentativa de suicídio fracassada e ficou impressionado por perceber que podia falar. Ele havia tentado morrer eletrocutado e achava que não tinha mais cérebro.

Harrison foi diagnosticado com a síndrome de Cotard, considerada uma das mais raras do mundo -  a condição afeta apenas algunas centenas de pessoas em todo o mundo. Trata-se de uma espécie de delírio psicótico, em que as vítimas acreditam estar mortas, ou que partes de seus corpos não existem mais. Como acham que não precisam mais comer, por exemplo, muitas vezes essas pessoas acabam morrendo por inanição.

A síndrome foi oficialmente descrita em 1880 por um neurologista francês chamado Jules Cotard. A distorção da realidade vivenciada pelas vítimas é causada pelo mal funcionamento de uma área do cérebro chamada giro fusiforme, responsável pelo reconhecimento de rostos, e também da amígdala, estrutura parecida com uma amêndoa que processa emoções.

Comparando exames de imagem do cérebro do britânico aos de pessoas saudáveis, os neurologistas perceberam que algumas áreas estavam praticamente inativas no paciente. Os exames eram parecidos com os de alguém sob anestesia ou em estado vegetativo, segundo o neurologista Steven Laureys, da Universidade de Leige, na Bélgica, que analisou as imagens.

Harrison conta que não tinha mais olfato ou paladar, e que não via sentido em comer. Ele também não absorvia mais memórias, não sentia mais prazer em nada, e começou a perambular em cemitérios.

Com anos de psicoterapia e remédios, ele gradualmente se livrou do delírio. "Eu não posso dizer que eu voltei completamente ao normal, mas me sinto bem melhor hoje", afirmou ao Daily Mail.


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